O Brasil recebeu a tão aguardada Qdenga, vacina contra a dengue desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda, marcando um avanço significativo na prevenção dessa doença transmitida por mosquitos. Nesta reportagem, abordaremos tudo o que você precisa saber sobre a Qdenga, desde sua composição até a distribuição pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O que é a Qdenga e como ela age?

A Qdenga, também conhecida como TAK-003, é uma vacina imunizante contra a dengue desenvolvida pela renomada Takeda Pharma. Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023, ela contém vírus vivos atenuados da dengue, induzindo respostas imunológicas contra os quatro sorotipos do vírus.

Essa vacina é aplicada em um esquema de duas doses, com um intervalo de três meses entre as aplicações, oferecendo uma proteção robusta contra a dengue.

Quem pode se vacinar com a Qdenga?

A Anvisa recomenda a Qdenga para pessoas de 4 a 60 anos. Importante notar que não foram realizados estudos para avaliar a eficácia da vacina em pessoas com mais de 60 anos. Tanto aqueles que já tiveram dengue quanto os que nunca foram infectados podem se beneficiar da Qdenga, tornando-a a primeira vacina no país liberada para pessoas sem histórico de contato com o vírus.

É crucial destacar que a vacina não é indicada para quem possui alergia a algum dos componentes, tem o sistema imunológico comprometido, condição imunossupressora, gestantes e lactantes.

A Qdenga será gratuita no SUS?

Sim, a Qdenga será disponibilizada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar de clínicas particulares já oferecerem a vacina desde sua aprovação, agora ela integra o Programa Nacional de Imunizações (PNI), ampliando seu alcance para um público mais abrangente.

Como será a distribuição da Qdenga?

O Ministério da Saúde delineou critérios para a distribuição da Qdenga, levando em consideração a alta transmissão da doença nos últimos anos. As doses do primeiro lote doado serão destinadas a municípios com mais de 100 mil habitantes, abrangendo 16 estados e 521 cidades.

O governo brasileiro adquiriu 5,2 milhões de doses, e a Takeda doou 1,32 milhão de doses adicionais. O processo de distribuição visa vacinar aproximadamente 3,2 milhões de pessoas ao longo de 2024.

Quando a vacinação com a Qdenga começa?

A expectativa é que a vacinação com a Qdenga inicie em fevereiro, priorizando inicialmente crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em cidades com mais de 100 mil habitantes. O governo planeja vacinar cerca de 3,2 milhões de pessoas em 2024, com definição de públicos e regiões prioritárias.

Efeitos colaterais da Qdenga

Estudos clínicos indicam que reações são possíveis, geralmente ocorrendo dentro de dois dias após a aplicação. Estas reações são, em sua maioria, leves a moderadas e duram de 1 a 3 dias. Não obstante, é essencial esclarecer que essas reações não tornam a vacina contraindicada quando aplicada no público adequado.

As reações mais comuns incluem dor no local da injeção (50%), dor de cabeça (35%), dor muscular (31%), vermelhidão no local da injeção (27%), mal-estar (24%), fraqueza (20%) e febre (11%). Tais reações são menos frequentes após a segunda dose.

Diferenças entre a Qdenga e a Dengvaxia

Comparando a Qdenga com a Dengvaxia, a primeira grande diferença reside no público-alvo: enquanto a Dengvaxia é recomendada apenas para quem já teve a dengue, a Qdenga pode ser aplicada em indivíduos que nunca foram infectados. Além disso, a Qdenga abrange uma faixa etária mais ampla, de 4 a 60 anos, em comparação com a Dengvaxia, que é indicada para pessoas dos 9 aos 45 anos. Quanto ao esquema de doses, a Dengvaxia requer três doses, com intervalos de seis meses, enquanto a Qdenga é composta por duas doses, aplicadas a cada três meses.

Em resumo, a Qdenga representa uma adição significativa às opções de prevenção da dengue no Brasil, oferecendo uma alternativa eficaz e gratuita por meio do SUS. A vacinação em larga escala está prevista para ocorrer ao longo de 2024, contribuindo para a proteção da população contra essa doença transmitida por mosquitos. Fique atento às atualizações do Ministério da Saúde para saber quando a vacina estará disponível em sua região.